sexta-feira, 7 de janeiro de 2011




“ABJETOS : DESEJOS”


Livro de Antônio de Pádua*




Contos




Caríssimo Pádua. Feliz Ano Novo.




Por conta de meu envolvimento na campanha eleitoral 2010, graças a Deus vitoriosa a nível de Brasil e de Paraíba, só agora terminei de ler o último dos seus quatro livros para mim enviados. Todos muito bons, uns excelentes, outros ótimos.




“Abjetos : Desejos” é, dos quatro livros, o que mais me chama a atenção. Puxa, nesse seu trabalho posso ver o quanto você vem crescendo, amadurecendo em sua arte. Você tem consciência do que pretende e sabe aonde quer chegar, percebo isso claramente. Há um amplo domínio sobre o que você define ou o que elege para ser desenvolvido. Transgressão tem sido a tônica de seus escritos. Transgressões morais, religiosas, éticas e outros tipos de transgressão estão presentes de maneira muito forte, ora me parecendo doces, ora ácidas, cítricas, às vezes salgadas. Vale realçar a diversidade temática dos contos. Neles estão presentes diversos tipos e níveis de relações. Em vários momentos, deparo-me, em alguns de seus livros, com histórias de incestos, de pedofilia, de prostituição masculina, feminina e homossexual. Cenas e conteúdos escatológicos são excitantes temperos em alguns contos, como é o caso da prostituta velha suja e doente que inicia os meninos de periferia na prática sexual, desvirgina os meninos, tudo num contexto e num clima de extrema pobreza e decadência humana. É, na minha opinião, uma das histórias mais cruéis e mais bonitas do "Abjetos : Desejos".




Como já lhe disse em outras ocasiões, Pádua, não tenho base teórica sólida para situar seus livros, resta-me a sensibilidade, o gosto de ler e a clarividência que me possibilita saber sobre o que é bonito numa obra de arte.




Meus parabéns. Grata por me colocar a par do que você tem escrito e publicado.




Abraço grande.




Dôra Limeira



*Antônio de Pádua Dias da Silva é professor de Literatura Brasileira na UEPB. Pádua tem outros livros publicados: “Sobre rapazes e homens”, “Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão” e “Eis o mistério da fé”. A ampla maioria de seus escritos são contos eminentemente homoeróticos.



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